quinta-feira, 3 de março de 2016

"Adeus Pai" no Teatro Micaelense

Há vinte anos atrás, Luís Filipe Rocha apresentou nas salas de cinema “Adeus, Pai”. O filme foi filmado nas Ilhas Terceira e São Miguel, para além de Lisboa. Ontem, de manhã, voltou a ser exibido no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, através do Plano Nacional de Cinema, com a sala cheia de estudantes e a presença do realizador. No final do filme houve debate alargado, num acontecimento raro de presenciar pois estavam presentes estudantes de todas as idades que quiseram sobretudo questionar o realizador sobre elementos ficcionais pertencentes à história do filme. Luís Filipe Rocha, que acredita que falar com o público espectador faz parte do caderno de encargos de quem dá a ver os próprios filmes, começou por falar da sua necessidade enquanto cineasta em contar histórias e que aquela era uma ficção que surgiu no entrementes do filme “Sinais de Fogo”. Entre a preparação, rodagem e montagem, esta longa-metragem demorou um ano a ser realizada. A verdade é que este autor de cinema narrativo – “são as histórias que escolhem os seus contadores”- não podia ter melhores companheiros de viagem. Durante uma hora, os alunos das várias escolas da cidade insular, foram incansáveis nas perguntas, revelando assim que houve encontro e empatia com as imagens presentes no filme, denotando uma necessidade em ver “resolvidas” algumas interrogações que o filme suscita. No final, o realizador respondeu que "é muito importante num determinado momento do nosso crescimento ter um pai, alguém que nos pergunte ou simplesmente comente como foi o dia” e, que muito embora “vivamos e suportemos uma realidade palpável, concreta, real, transportamos sempre connosco muita fantasia, imaginação e sonho”. Luís Filipe Rocha, que realizou recentemente a longa-metragem  “Cinzento e Negro”, rodada nas Ilhas do Faial e do Pico, espera poder continuar a mostrar os seus filmes e a “comunicar com eles”.

3 comentários: